Cantor sertanejo de Juiz de Fora é alvo de mandado de busca e apreensão em operação da PF que investiga fake news eleitoral
16/04/2025
(Foto: Reprodução) Operação 'Teatro Invisível 2' teve origem no estado do Rio de Janeiro e busca recuperar cerca de R$ 3,5 bilhões de prejuízo causado aos cofres públicos usados para pagar atores que encenaram diálogos em locais de grande circulação, a fim de influenciar o eleitorado. Defesa disse que não teve acesso completo às investigações e, por isso, não vai se manifestar. Delegacia da Polícia Federal em Juiz de Fora
Gabriel Landim/TV Integração
O cantor Cristiano Almeida Leite, da dupla sertaneja Renan e Christiano, foi alvo de dois mandados de busca e apreensão nesta quarta-feira (16) na operação 'Teatro Invisível 2' da Polícia Federal, que investiga uma rede de desinformação que atuava no estado do Rio de Janeiro durante períodos eleitorais.
Os mandados foram expedidos para dois imóveis do artista, sendo um na casa onde ele mora.
O advogado do cantor, João Carlos Torres Quirino disse que, por se tratar de investigações sigilosas, está averiguando diretamente nos autos quais são os fatos imputados, e como ainda não teve acesso completo às informações, ainda não seria possível prestar qualquer tipo de declaração.
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Além de Cristiano, outros nove alvos da investigação foram identificados.
Cantor Christiano durante show
Reprodução/Redes Sociais
Operação 'Teatro Invisível'
A PF iniciou nesta quarta-feira a operação 'Teatro Invisível 2', sobre uma rede de desinformação que atuava no RJ em períodos eleitorais. Segundo as investigações, os atores contratados para encenar diálogos em locais de grande circulação a fim de influenciar o eleitorado foram pagos com o dinheiro público de contratos de serviços inexistentes.
Ao todo, foram cumpridos 10 mandados de busca e apreensão em Cabo Frio, Itaguaí, Mangaratiba, Rio de Janeiro e Juiz de Fora. Não houve ordens de prisão.
A investigação busca recuperar cerca de R$ 3,5 bilhões de prejuízo causado aos cofres públicos e a suspensão das atividades econômicas de oito empresas.
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Como o 'teatro' foi pago?
A 2ª fase da operação 'Teatro Invisível' mira o financiamento das encenações. A PF descobriu que os atores eram pagos com dinheiro de contratos genéricos firmados entre prefeituras e aquelas 8 empresas.
O grupo é suspeito de obstrução de justiça, caixa 2, fraude em procedimentos licitatórios e lavagem de dinheiro.
A PF apurou também que o grupo criminoso destruiu provas que poderiam incriminar os integrantes, as quais estavam armazenadas, principalmente, em meios digitais.
As investigações também trouxeram evidências de que o grupo utilizou recursos não declarados à Justiça Eleitoral, a fim de favorecer candidatos políticos nas eleições de 2024.
Se condenados pelos crimes cometidos, os investigados se sujeitarão a penas máximas que, somadas, podem ultrapassar 27 anos de reclusão.
Quadrilha tentava interferir no resultado das eleições municipais com teatro de rua
Relembre a 1ª fase
Em 12 de setembro do ano passado, a PF prendeu 4 pessoas. Com registros de atuação em pelo menos 13 cidades do estado, a quadrilha contratava atores para fazer um teatro de rua, com a intenção de influenciar o voto, sempre desmoralizando determinados candidatos.
Esses atores simulavam diálogos entre eleitores, brigas em comícios, denúncias falsas de corrupção e cenas de suposta violência ou vandalismo atribuídas a apoiadores de determinados políticos.
Tudo era gravado com celulares ou câmeras disfarçadas e depois disseminado de forma coordenada nas redes sociais — muitas vezes com legendas e montagens que reforçavam a falsidade.
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